Dom Quixote


Sou cavalheiro andante
Solitário vagabundo
Das estradas inventadas
Trago arma e armadura
Como quem não quer ver nada
Minha força é criação
Criatura é coisa errada
Minha fome é saciada
Em qualquer noite estrelada
De conquistas vou vivendo
Sem sequer levar medalhas
Porque nunca entendidas
Quase sempre renegadas
Abandono não tem cura
Mas sonhar aquece a alma
Desse nobre guerrilheiro
Feito de tudo e de nada
Sempre pronto a ajudar
Mesmo ferido de raiva
Da morte não tenho medo
Por isso vivo e perduro
Mesmo se louco figuro
Louco é outro que morre
Sem mesmo travar batalha


AL/2008


Josef Suk - Elegie (Under the Impression of Zeyer's Vysehrad), Op.23