O tempo vai passando ora lento, ora veloz . E ás vezes parece que empaca.
Domina quando esquecido, mas se sabido, também pode ser enganado.
Acompanhe-me sem pressa, a esse curioso vilarejo pendurado com cuidado naquela montanha, com suas minúsculas casas, todas pintadas de cal.
Uma casa pintada de cal, nunca diz o tempo que tem.
A claridade rejuvenesce.
Seguiremos os passos de um camponês que passa assobiando pela estrada com sua velha carroça carregada de mantimentos, puxada por bois que conhecem muito bem o caminho, mas desconhecem totalmente o fim. E isso não muda nada.
A subida é íngreme e perigosa. Certamente impossível num dia de chuva. Mas hoje o dia está quente e seco, e o vento foi soprar em outro lugar.
Por todos os lados flores e ervas aparecem em abundância tentando impedir que as pedras rolem bloqueando o caminho de quem tem um objetivo importante a cumprir. E o camponês chega são e salvo ao pacato vilarejo que sempre o espera sem qualquer ansiedade.
Enquanto descarrega a carroça, devolve cada cumprimento que lhe chega das janelas e portas entreabertas. E quando finalmente termina, descansa o corpo suado na sombra da árvore frondosa que o acolhe todas os dias desde que decidiu viver ali. E isso faz muito, muito tempo. A árvore é testemunha.
Quando finalmente o sol desce a montanha beijando as flores, o povo aparece nas ruas já vestidas de silêncio, pintando no ar a frescura trazida nas faces resguardadas.
O tempo ali passa devagar, respeitando os passos de quem escolheu viver os momentos com o que lhe foi definido.
Quem vive de modo pleno, dispõe do tempo.
Entremos agora em uma casa qualquer. Pode ser a do camponês, já que o estamos seguindo feito sombra.
Parece pequena, mas provê realmente de todo o necessário. Aconchego, proteção e importância.
Nada falta e nada sobra e os que compartem, também promovem. Do mais velho ao pequeno, o respeito permanece, e o amor vai completando o trabalho que o tempo desconhece.
O tempo sempre se curva diante do amor.
Poderíamos passar mais tempo percorrendo cada canto desse vilarejo, conhecendo outras pessoas, como aquele velho que está ali sentado na calçada enrolando e fumando o seu cigarro enquanto traga a vida e solta as lembranças na fumaça. Ou tentando descobrir os segredos daquela jovem viúva de olhos brilhantes que a cada noite comparte seus sonhos com os fantasmas já conhecidos. Ou ainda, aprendendo a negociar com o tempo, alguns anos de inocência, como estão fazendo aquelas crianças brincando de cabra-cega na praça da igreja.
Mas acho que já me demorei o bastante e o tempo está pedindo para passar à minha frente.
A vida quando sabida, consegue enganar o tempo. Mas não por muito tempo...
Domina quando esquecido, mas se sabido, também pode ser enganado.
Acompanhe-me sem pressa, a esse curioso vilarejo pendurado com cuidado naquela montanha, com suas minúsculas casas, todas pintadas de cal.
Uma casa pintada de cal, nunca diz o tempo que tem.
A claridade rejuvenesce.
Seguiremos os passos de um camponês que passa assobiando pela estrada com sua velha carroça carregada de mantimentos, puxada por bois que conhecem muito bem o caminho, mas desconhecem totalmente o fim. E isso não muda nada.
A subida é íngreme e perigosa. Certamente impossível num dia de chuva. Mas hoje o dia está quente e seco, e o vento foi soprar em outro lugar.
Por todos os lados flores e ervas aparecem em abundância tentando impedir que as pedras rolem bloqueando o caminho de quem tem um objetivo importante a cumprir. E o camponês chega são e salvo ao pacato vilarejo que sempre o espera sem qualquer ansiedade.
Enquanto descarrega a carroça, devolve cada cumprimento que lhe chega das janelas e portas entreabertas. E quando finalmente termina, descansa o corpo suado na sombra da árvore frondosa que o acolhe todas os dias desde que decidiu viver ali. E isso faz muito, muito tempo. A árvore é testemunha.
Quando finalmente o sol desce a montanha beijando as flores, o povo aparece nas ruas já vestidas de silêncio, pintando no ar a frescura trazida nas faces resguardadas.
O tempo ali passa devagar, respeitando os passos de quem escolheu viver os momentos com o que lhe foi definido.
Quem vive de modo pleno, dispõe do tempo.
Entremos agora em uma casa qualquer. Pode ser a do camponês, já que o estamos seguindo feito sombra.
Parece pequena, mas provê realmente de todo o necessário. Aconchego, proteção e importância.
Nada falta e nada sobra e os que compartem, também promovem. Do mais velho ao pequeno, o respeito permanece, e o amor vai completando o trabalho que o tempo desconhece.
O tempo sempre se curva diante do amor.
Poderíamos passar mais tempo percorrendo cada canto desse vilarejo, conhecendo outras pessoas, como aquele velho que está ali sentado na calçada enrolando e fumando o seu cigarro enquanto traga a vida e solta as lembranças na fumaça. Ou tentando descobrir os segredos daquela jovem viúva de olhos brilhantes que a cada noite comparte seus sonhos com os fantasmas já conhecidos. Ou ainda, aprendendo a negociar com o tempo, alguns anos de inocência, como estão fazendo aquelas crianças brincando de cabra-cega na praça da igreja.
Mas acho que já me demorei o bastante e o tempo está pedindo para passar à minha frente.
A vida quando sabida, consegue enganar o tempo. Mas não por muito tempo...
AL/2007